Edivilson Brum destacou que o governo vem preparando o Estado para possíveis eventos climáticos - Foto: Lívia Boaz

Diálogo entre setor público e privado sobre irrigação é tema de debate na Expointer

Painel promovido pelo Estado ocorreu nesta segunda-feira (1°)

O diálogo estabelecido entre o setor público e privado para avanços nos projetos de irrigação no Rio Grande do Sul foi abordado no painel Desmistificando a Irrigação, promovido pelo governo do Estado, por meio da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi) nesta segunda-feira (1°/9), durante a Expointer.

O titular da Seapi, Edivilson Brum, destacou que o governo de Estado vem investindo e preparando o Rio Grande do Sul para possíveis futuros eventos climáticos. “Segundo o Banco Mundial, somos o segundo local no mundo mais impactado pelas mudanças climáticas. Tivemos as enchentes e a estiagem que retornará, e é neste momento que temos que criar as alternativas para a reserva da água”, frisou.

Além da irrigação, também é necessário investir na conservação do solo

O vice-presidente da Fetag, Eugênio Zanetti, destacou que as estiagens recentes ocorreram em um período no qual o custo de produção está com margens muito apertadas para o produtor rural. “Além da irrigação, é preciso investir na conservação do solo e na utilização racional da água. Também é preciso rever o seguro rural, pois não existe um seguro adequado para os agricultores. Atualmente, o risco fica em cima dele”, complementou.

O diretor vice-presidente da Farsul, Domingos Velho Lopes, falou sobre o momento atual de relações institucionais entre os setores público e privado. “Vivemos um momento de maturidade dessas entidades, em que há complementaridade das ações, em vez de competição. Precisamos colocar em campo o conhecimento técnico de práticas conservacionistas, que já temos. A irrigação não é a solução para tudo, temos que trabalhar articulando com outras medidas, como o manejo do solo”, ponderou.

Parcerias já resultaram em mais de 30 seminários sobre o tema

Para o presidente da Emater/RS-Ascar, Luciano Schwerz, a irrigação precisa ser um conceito mais concreto aos produtores rurais. “A irrigação não é como um trator, uma colheitadeira, algo que ele conhece. É preciso mostrar os resultados dela com extensão rural, apoio técnico. A adesão vem quando o produtor entende os benefícios e as qualidades dessa ferramenta”, pontuou.

O subsecretário de Irrigação da Seapi, Paulo Salerno, destacou a parceria da secretaria com a Emater/RS-Ascar para a divulgação do Programa Irriga+ RS, com mais de 30 seminários realizados sobre o tema. “É um trabalho que temos feito em diálogo permanente com a Secretaria de Meio Ambiente e o Ministério Público”, comentou.

A procuradora de justiça Ana Marchesan, do Ministério Público do RS, defendeu a adoção de práticas conservacionistas em pequenas e grandes propriedades. “O solo é a estrutura da agricultura, precisamos cuidar”, pontuou.

O secretário-adjunto do Meio Ambiente e Infraestrutura, Marcelo Camardelli, disse que há um diálogo institucional para compatibilizar a irrigação com as normativas ambientais. “Entendemos a irrigação hoje como uma ferramenta essencial para adaptação às mudanças climáticas. Tivemos mais de dez eventos climáticos extremos, de junho de 2023 até maio de 2024, todos por excesso de chuva. Só que as três safras de verão foram de estiagem. Temos uma oscilação climática muito grande, que está sendo potencializada por esses eventos”, completou.

Programa Irriga+ RS

Coordenado pela Seapi, o Irriga+ RS é um programa que prevê um apoio financeiro de 20% no valor do projeto, pago direto ao produtor rural, limitado a R$ 100 mil por beneficiário. Nas duas primeiras fases do programa, foram recebidos 1.097 projetos de irrigação, de 220 municípios, com um aporte de mais de R$ 40 milhões pelo Estado. São mais de 16 mil novos hectares irrigados, em cultivos como soja, milho, pastagem, olericultura e fruticultura. A expectativa é alcançar 100 mil hectares até 2027.

Rede Brasil Inovador

Aldo Cargnelutti é editor na Rede Brasil Inovador. Estamos promovendo os ecossistemas de inovação, impulsionando negócios e acelerando o crescimento econômico. Participe!

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